Lançado há seis meses, segundo disco solo do músico integra projeto duplo, junto a um livro de poesias
Publicado em 13/07/2017, às 08h00
Seis meses após jogar no mundo um segundo disco recheado de observações e metáforas sobre rupturas contemporâneas, o cantor, compositor e poeta Tibério Azul vem à cidade-mãe fazer o lançamento de Líquido ou A Vida Pede Mais Abraço que Razão. Ele ocupa hoje o palco do Teatro de Santa Isabel, às 20h30, munido de uma superbanda para mostrar aos conterrâneos o álbum da maneira exata como foi sonoramente pensado.
Prestes a ser acompanhado por bateria, baixo acústico, piano, sanfona, guitarra, trombone, trompete, sax e violão, ele contou por telefone ao JC que a expectativa particular para esta noite, em relação aos dois primeiros shows da turnê – no Sesc Pompeia, em São Paulo, e no carioca Teatro Rival – está, principalmente, em estrear novo show após a mudança do Recife para o Rio de Janeiro. Por isso, terá a luxuosa presença de uma miniorquestra de sopro, o sexteto do maestro Nilsinho Amarante, em apresentação que dificilmente se repetirá.
Além da tracklist completa de Líquido, Tibério vai passear também pelo repertório do primeiro passo da estrada solo, Bandarra ou O Caminho que Vai Dar no Sol (2011), e as gravadas com a Mula Manca e a Fabulosa Figura, banda com a qual lançou O Circo da Solidão (2004) e Amor e Pastel (2007).
“A recepção tem sido maravilhosa. No Rival, por ser no lugar onde tô morando, foi ainda mais especial”, relembra. “Mas eu tava esperando muito vir pra cá, porque aí vai ser a estrela de ouro. Muita gente questiona o fato de eu ter ido morar fora, mas o lugar onde mais sou abraçado é a minha casa. Fora que nunca fiz show solo no Santa Isabel, então tô muito nervoso por esse dia”, comenta.
Terceira atração a se apresentar no palco pop do Festival de Inverno de Garanhuns, na sexta-feira (28/7), ele detalha que ao longo do segundo semestre deste ano pretende organizar saraus e pockets shows, coisas menores, para reencontrar o público. “Quero fazer algo que não atenda só a esse formato grande de mercado”.
Além dos shows, Tibério tem se dedicado também às demandas da versão literária de sua imersão líquida, a reunião de poemas batizado de Líquido ou O Homem que Nasceu Amanhã. Publicação da editora Confraria do Vento, o livro de 76 páginas é parte de um trabalho duplo, mas que caminha facilmente sozinho.
Assim como as músicas, os poemas sem título e em letras minúsculas versam soltos sobre caminhos para burlar concretudes. “Entre tantos carros e compromissos/ no meio da agamenon/ ausente como um homem sem guerras / te espero ali parado”, anuncia o texto de abertura.
Como lembrança ou locação, o Recife aparece repetidas vezes. “Ninguém foi mais recife do que eu/ a alma encharcada pelas águas/ as tardes afogadas pelos prédios”, invoca. Como planos, Tibério reforça a vontade de curar o jejum de palco que tomou conta da maturação do projeto Líquido e anuncia a exploração de novas linguagens.
Coroteirista, junto ao diretor Gabriel Mascaro, do videoclipe de Veja Só, single do Bandarra, ele tem exercitado a escrita também sob tal ótica. “Tô escrevendo roteiros pra cinema, elaborando esboços com amigos aqui do Estado. Aos poucos tenho aberto esse caminho”, encerra.
Tibério Azul – Lançamento do álbum Líquido ou A Vida Pede Mais Abraço Que Razão – Hoje, às 20h30, no Teatro de Santa Isabel. Praça da República, s/nº, Santo Antônio. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada), à venda em sympla.com.br. Fone: 3355-3323.
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