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Em entrevista ao JC, Roberto Gómez Fernández fala com carinho do eterno Chespirito, a relação pai e filho, e muito mais
Publicado em 13/03/2019, às 05h00
Em fevereiro, lembramos com carinho aqui no Jornal do Commercio os 90 anos de Roberto Gómez Bolaños, o ator e criador dos personagens Chaves e Chapolin Colorado, caso ele estivesse vivo.
A homenagem chegou até o México e conseguimos conversar com seu filho: o ator, produtor e diretor Roberto Gómez Fernández, de 54 anos. Na conversa com o JC, ele fala com carinho do eterno Chespirito, a relação pai e filho, e antecipa um presente especial para os fãs brasileiros.
JORNAL DO COMMERCIO – Roberto, em que momento você percebeu que era “filho do Chespirito”?
ROBERTO GÓMEZ FERNÁNDEZ – Foi aos poucos. Meu pai começou a ser famoso quando eu tinha seis anos, então eu não era muito consciente de sua fama. Anos mais tarde, na escola, começavam a me perguntar: “Você é o filho do Chaves?”. A partir daí começou um processo de consciência que seguiu crescendo ao longo dos anos. Mas ainda sim, até hoje, sigo me surpreendendo e me dando conta da magnitude da sua transcedência.
JC – Hoje você segue o caminho artístico por influência direta do seu pai?
ROBERTO – Sem dúvida. Desde garoto, uma das minhas atividades favoritas era acompanhá-lo às gravações dos programas. Era um mundo fascinante para mim. A magia da ficção, o que havia atrás das câmeras para fazer o público crer que o que passava na tela era real... Enfim, esse era o meu pensamento de criança. Desde então, eu soube que queria fazer algo ali. Não sabia o quê, nem como, mas queria fazer parte da criação desta magia.
JC – O mundo conhece e venera seu pai por causa da série Chaves. É o trabalho dele que você mais admira também?
ROBERTO – Reconheço que a Vila do Chaves, em seu conjunto, é a criação mais conhecida e transcendente do meu pai. Acredito que é insuperável este microcosmo criado com valores atemporais e universais, com um desenho único de personagens. Mas confesso que meu personagem favorito é o Chapolin Colorado. Ele é, entre outras coisas, o mais completo e o que mais me faz sorrir.
JC – Como era o pai Roberto Gómez Bolaños?
ROBERTO – Era sábio. Sereno, muito amoroso, pregando pelo bom exemplo acima de tudo. Ele procurava sempre um ambiente de bom humor, mas acompanhado de uma disciplina que ele mesmo marcava. Ele determinava regras muito claras e raras vezes levantava a voz.
JC – O Brasil é um lugar que admira bastante o trabalho do seu pai. Você já esteve por aqui? O que ele dizia a você sobre este País?
ROBERTO – Já estive duas vezes em São Paulo a trabalho. Ela é muito parecida com a Cidade do México em alguns aspectos. Já meu pai tinha uma adoração pelo Brasil. A recíproca e o carinho que ele recebia de parte do povo brasileiro eram enormes. Em algum momento, ele esteve preparando um show ao vivo em português para apresentar aí. Todo o elenco [da série Chaves] estava praticando por muito tempo esse idioma, muito entusiasmados. Lembro do meu pai tentando adivinhar como poderia dizer “Já dizia o velho e conhecido ditado” [um bordão do Chapolin] em português. Lamentavelmente, essa viagem não se concretizou por alguma questão política do momento. Meu pai sempre se lamentou por não poder se apresentar ao vivo no Brasil.
JC – Existe algo sobre seu pai que poucos sabem e que você gostaria de compartilhar com muitas pessoas?
ROBERTO – Algo que as pessoas não sabem muito é que ele era uma pessoa muito tímida, ao contrário do que se pode pensar por ser um comediante. Ele era sempre muito reservado e tentava escapar da multidão que, para ele, mais de oito pessoas já era uma multidão. Ele também tinha um grande talento em outras áreas como a pintura e a matemática, algo que ele só fazia em seus momentos livres, que não eram muitos.
JC – O mundo perdeu o seu pai em 2014. Como você passou por esse momento tão difícil?
ROBERTO – Obviamente, foi um momento difícil, triste. Embora, por outro lado, se converteu em um momento de certificação do enorme carinho de tantas pessoas. As manifestações por todo o continente foram gigantescas. Hoje, sigo com saudades.
JC – Hoje você administra o Grupo Chespirito, que cuida do patrimônio artístico do seu pai. É um trabalho fácil?
ROBERTO – Difícil no sentido da grande responsabilidade envolvida. Manter a obra e o legado do meu pai como ele conduziria é algo que pensamos todos os dias e é o filtro para tomar as decisões. Por outro lado, está a feliz responsabilidade de fazer chegar a obra do meu pai às novas gerações. Isso representa viver para ele todos os dias.
JC – Existe algum projeto/novidade artística sobre o Roberto Bolaños (ou seus personagens) a caminho?
ROBERTO – Sim, temos várias coisas em preparação. Desde a renovação das séries animadas do Chaves e Chapolin Colorado até a criação de novos conteúdos e o desenvolvimento de produções com outros personagens (como o El Chanfle). E agora mesmo estamos preparando um espetáculo musical para o Brasil. Será uma grande surpresa e um importante acontecimento. Um sonho de meu pai que ele não pôde ver concretizado.
JC – Este ano lembramos seus 90 anos de nascimento. Existe alguma coisa que você não disse a ele em vida e gostaria de dizer hoje?
ROBERTO – Praticamente, nos dissemos tudo. Poucas coisas deixamos de nos falar. Talvez, eu só o lembraria o quão feliz foi a minha vida junto a ele.
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