A noite de abertura do Paulínia Film Festival é sempre uma festa excessiva. Em todos os sentidos: excesso de convidados, de espectadores, de atrasos e de discursos. Foi tudo isso e algo mais, a largada da sexta edição do evento, na noite desta terça-feira (22/7).
Até que o longa-metragem Não saia da pista: A melhor história de Paulo Coelho batesse na tela do Teatro Paulo Gracindo, a plateia que encheu o espaço assistiu a uma hora e meia de homenagens e discursos.
O principal homenageado da noite foi o distribuidor Jean-Thomas Bernardini. A empresa que ele criou, a Imovision, faz 25 anos em 2014. Como parte da programação do festival, a distribuidora ganhou uma mostra paralela e trouxe vários convidados internacionais, entre eles a atriz Jacqueline Bisset e os diretores Abel Ferrara e Tony Gatlif.
O ator americano Danny Glover (Máquina fortífera), que estava aniversariando, ganhou a medalha Regina Moura e fez um bonito agradecimento. Sua última frase foi muito aplaudida: "Precisamos da arte para nos salvar das máquinas". Glover é casado com uma brasileira e é embaixador da ONU.
O prefeito de Paulínia, Edson Moura Jr, convidou o pai e fez uma sabatina sobre o pólo cinematográfico. O ator José Abreu também falou sobre sua experiência na cidade e como o projeto teve início.
A esperada cinebiografia de Paulo Coelho entrecuza três fases da vida do escritor: a adolescência, a juventude e os primeiros anos de maturidade e a comemoração dos 25 anos de publicação de O alquimista, sua obra mais famosa, no ano passado.
O maior acerto do filme é a participação dos irmãos e atores Ravel e Júlio Andrade. Ravel faz Paulo Coelho na adolescência e Júlio nas outras fases. Na mais recente, no entanto, ele é prejudicado por uma maquiagem excessivamente pesada.
Apesar de não ser tão empolgante quanto prometia, o filme certamente vai agradar aos fãs do compositor (parceiro de Raul Seixas) e escritor de literatura esotérica.
O repórter viajou a convite do festival.